Um espectro assombra a história – o espectro da tradução
(nossas desculpas a Karl Marx e Jacques Derrida)
A Rede de História e Tradução é para todos os pesquisadores e profissionais interessados em como a história e a tradução estão interligadas.
(A) Afirmamos que:
1. os atos de tradução e interpretação desempenham um papel crucial no desenrolar da história, e o contexto histórico é um elemento indispensável para a compreensão desses atos;
2. não há história universal da tradução, mas cada tradução é fundamentada na história;
3. a escrita histórica é uma forma de interpretação e a interpretação é uma forma de tradução;
4. a tradução não é um ato linguístico transparente.
(B) Partindo do princípio de que não há história sem tradução e não há tradução sem história, acreditamos que os dois campos de pesquisa podem se enriquecer mutuamente, pois ambos:
5. buscam compreender o passado através de uma análise rigorosa das fontes;
6. estudam como a própria linguagem se inscreve na história e buscam compreender os fenômenos do discurso, do poder e das relações assimétricas.
(C) Pretendemos:
7. promover uma abordagem que considere a tradução como uma categoria constitutiva de análise, bem como uma prática historicamente específica;
8. historicizar não apenas o objeto desta pesquisa, mas também as categorias de análise utilizadas;
9. compreender a história a partir de perspectivas transnacionais e comparativas, e reunir pesquisadores que estão adotando tais abordagens.
Porque agora? A Rede de História e Tradução responde à crescente importância da história da tradução e da interpretação, tanto nos estudos de tradução quanto nos estudos históricos. Os últimos dez ou quinze anos foram marcados por um crescente interesse pela pesquisa histórica sobre tradução e interpretação, bem como pelas questões teóricas e metodológicas que elas suscitam. Esse fenômeno também se reflete na maneira como a tradução e a interpretação são utilizadas em outras disciplinas como metáfora ou paradigma.
A quem se dirige? Nosso objetivo é mobilizar acadêmicos e profissionais de todas as regiões do mundo, de todas as tradições intelectuais e culturais e de uma ampla gama de perspectivas disciplinares e institucionais, tais como: estudos de tradução e estudos de interpretação, história, estudos literários, estudos culturais, sociologia, estudos comparativos, filologia e línguas, antropologia, religião, relações internacionais, arquivística, museologia e qualquer outro campo para o qual uma perspectiva transnacional ou comparativa seja relevante.